Independência financeira vai além do simples acúmulo de dinheiro
Independência financeira além do acúmulo de dinheiro. Entenda melhor no artigo de hoje do nosso blog.
Por muito tempo, a sociedade associou o dinheiro ao universo masculino. Às mulheres, historicamente, coube a responsabilidade de cuidar da casa, da família e das contas básicas, enquanto as decisões financeiras mais relevantes eram delegadas aos homens. Apesar dos avanços, ainda temos uma grande caminhada para que possamos “competir” de igual para igual com os homens.
Quando falamos de independência financeira feminina, não se trata apenas de fazer ou conquistar mais dinheiro e nem ter o maior salário, no caso de trabalhadoras celetistas, ou ainda de empreendedoras, empresárias ou profissionais liberais. Estamos falando de uma chamada à reflexão sobre a sua relação (saudável ou não) com o dinheiro.
Essa reflexão perpassa pela sua condição de mulher, profissional, mãe, filha, esposa, consumidora, por vezes provedora, e reflete na forma como se relaciona com seus recursos financeiros. O perfil de uma consumidora equilibrada e seu consumo consciente não são fórmulas automaticamente preventivas de um descontrole financeiro, resultando, muitas vezes, na falta de uma reserva estratégica. A reserva financeira é um alento nos momentos de gastos que fugiram do orçamento e/ou do planejamento.
O conhecimento sobre finança pessoal, familiar, economia doméstica, entre outros, liberta e empodera as mulheres e lhes permite sonhar. Administrar o dinheiro com inteligência financeira e conhecimento de causa garante mais segurança, liberdade de escolha e conforto. Naturalmente, permite desenhar um futuro próspero e estruturado.
Por uma questão histórica e cultural, cuja condição feminina sempre foi de subalternidade e a necessidade de proteção constante (dada a vulnerabilidade da mulher), nos fez crer que a “fragilidade física” e a incapacidade intelectual seriam o perfil feminino. Por muitos anos, até mesmo as mulheres acreditaram – e muitas ainda acreditam – nessa falácia.
Mesmo com os avanços, as mulheres precisam provar constantemente suas capacitações, sua autonomia e direitos. No entanto, ainda escutamos discursos discriminatórios que colocam em xeque suas ações e decisões, principalmente profissionais, e o acesso ao dinheiro.
Embora com grande presença no mercado de trabalho, muitas mulheres ainda enfrentam dificuldades na administração de seu dinheiro, geradas por falta de conhecimento, insegurança e falsas crenças, muitas vezes herdadas ao longo da vida, fazendo com que essa relação com as finanças se torne desafiadora. Reflexos de padrões comportamentais e pensamentos adversos mantêm as mulheres numa espécie de limbo, presas a uma realidade (irrealidade) financeira limitada, não lhes permitindo avançar.
É possível acreditar que tudo pode ser diferente e há ferramentas que contribuem diretamente para que a conquista da liberdade financeira seja de fato e de direito. Compreender e organizar de forma estratégica as finanças e administrar seu dinheiro depende muito mais de uma mudança comportamental. Mudança essa, necessária para que cada mulher crie um plano financeiro eficiente e eficaz que venha ao encontro de seus sonhos, projetos e metas. Isso inclui a necessidade de entender sobre investimentos que se alinham às suas expectativas para realizações nos limites de curto, médio e longo prazo.
São passos essenciais que permitem identificar e substituir juros passivos (dívidas) em juros ativos (investimentos), ou seja, seu dinheiro retornando devidamente corrigido em montante e valor.
A educação financeira comportamental é fundamental para todas as mulheres que precisam ou apenas desejam ter uma relação mais saudável com seu dinheiro. É notório que a rotina e o trabalho (em dobro: dentro e fora de casa) contribuem para que as mulheres muitas vezes utilizem o dinheiro desorganizadamente como uma válvula de escape, traduzido em uma compensação psicológica onde identificamos o “eu mereço” que, sem qualquer planejamento, contribui para o descontrole financeiro.
Toda mulher merece ter a liberdade de adquirir o que deseja e lhe faz bem. No entanto, a educação financeira comportamental ajuda a conquistar tudo isso e muito mais sem qualquer arrependimento futuro.
Passos assertivos e norteados por uma educação financeira comportamental amenizam os anseios femininos e privilegiam as conquistas. A saúde financeira é tão importante quanto a saúde física, mental, psicológica e espiritual, uma vez que uma depende da outra.
Minimizar a complexidade que é cuidar do dinheiro é, no mínimo, cruel. Educação financeira é um aprendizado transmitido para poucos privilegiados. Após estudos sobre a neurociência da aprendizagem, ao entender o universo dos gatilhos relacionados à má administração financeira, o peso do histórico familiar, crenças, hábitos e pouco conhecimento, levam, na maioria das vezes, principalmente as mulheres negras, a acreditar que não são merecedoras de ter, conquistar, desfrutar e sonhar com as coisas, produtos ou serviços que o dinheiro proporciona.
Ao final deste ”Mês da Mulher”, convido as mulheres a se apropriarem de sua vida financeira, assumindo o controle total desta. Não é preciso saber tudo, o importante é ter coragem, determinação e partir para a ação. Experimente dar o primeiro passo e depois mais um e, assim, sucessivamente, sem olhar para trás.
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